Primeiro Encontro

É dia. No despertar do sono, a apreensão. E a expectativa.
O final de semana do litoral começa vagarosamente a sua jornada com esta manhã. A transição da noite, ainda tímida, traz um sol preguiçoso. Indiferente para com a névoa.
Mas as circunstâncias não inibem. Mergulhar é preciso.

A navegação toma lugar em mar sereno. Uma falsa impressão de viagens sempre tranqüilas aos marinheiros de primeira viagem neste percurso.
Enfim prontos. O cenário, Laje de Santos. Antes, porém, o Briefing. Ah! o briefing. Importantíssimo e necessário. Amplia o conhecimento. Aumenta a segurança. Aquece o desejo.

Água. Um primeiro mergulho. Adequação e descobertas. Olhos famintos por novidades buscando em todos os pontos do oceano. Rápido e objetivo.

Começa o segundo mergulho. Visibilidade limitada. Reencontrando Velhos conhecidos. Frades e tartarugas. Sombras que alimentam a esperança, minguada após 50 minutos. Os minutos finais, já abaixo da embarcação. Dez metros. Sinalizações com o dupla. Mais alguns minutos e encerraríamos o mergulho.

Mas algo me leva a descer. Poucos metros. Uma última foto. Um teste. De um ser muitas vezes ignorado. Confundidos na paisagem e desprezados. Um pepino-do-mar. Alvo perfeito para um teste de foto macro. Controle totalmente manual. Modelo paciente. Praticamente imóvel.

Meu dupla antecipa sua subida. Uma indisposição. Já estávamos mesmo no fim. O teste falha. Mas não queria tentar novamente. Já era hora. Estava enganado quanto ao destino.

A hora de partir, se transformou na chegada. Dela. Vagarosa e soberana, deslizando em minha direção. A suavidade amplificava o silêncio. E assim nos vimos. De frente.

Fiz uma busca. 360º. Nada. Eu, ela e a imensidão do azul. O silêncio, foi interrompido por mim. Podia-se escutar o coração. O meu. Contava os batimentos na pressão do ouvido.
E ela percebeu.

E para me acalmar, ficou ali. Ao lado. Eu, paralisado. Não nadava. Não era preciso. Ela planava, no mesmo lugar. Pedindo calma.

O tempo parou e os minutos pareceram uma eternidade. Apesar de curta ao terminar. Mas era mágico. Real, era o ar. Que consumido, me obrigava a retornar. Mas nenhum de nós queria ir primeiro. Estava tudo tão bem.

Fui forçado. De nada valeria se fosse também meu último encontro. Ela sabia disso. E me aguardou subir devagar. Parada, abaixo de mim. Se despedia. Por enquanto.
Neste dia 08-07-06, por 05 minutos. Que apesar da coincidência numérica, racional. O momento era mesmo de emoção.

Comments

  1. Grande Lucão!
    Belissimo texto cara!! E eu ainda faço uma pontinha nele!! heheh O dupla que subiu antes. Bem feito, quem manda abandona dupla! Castigo!

    Abraços

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  2. Caro Lucas, espero que a emoção seja sempre a mesma, em todos os seus encontros, assim como ocorre comigo. Sim, a Laje é única, mágica. Por isso a preservação desse lugar fantástico é o objetivo de todos os colaboradores e associados do ILV.

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  3. Sabe, Lucas, nem tive tempo de nos conhecermos, mas as sensações, quando as mesmas, são mágicas…
    Amor é amor…
    Não tem outro nome…
    obrigada por expressar as minhas emoções dessa Laje
    pq eu senti o mmo vendo 1 única tartaruga, pode???
    imagina o dia que eu encontrar com essa majestade…
    bju no seu coração

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  4. Pois é Lucas , eu sempre disse : ” A Laje é a Laje e não tem pra ninguém ! ” . acho que agora você também pode confirmar isso !
    Até golfinho é bonitinho embaixo da água , mas o prazer e a emoção de mergulhar com uma Raia Manta realmente ( como diz a propaganda da Credicard ) não tem preço !!!
    Parabéns também pelo texto !
    Abraços,
    Luciano ( Cps SP )

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  5. Lucas, poucas palavras conseguem transmitir toda a emoção de um momento mágico quase perdido. Lindo texto, fotos…. sem comentário
    Quem vê transpira toda alegria e aumenta a decepção daquele que deixou passar (rs rs rs)
    abraços

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  6. Lucas,
    A Laje é mágica mesmo e vive nos surpreendendo!!
    Seu texto é belíssimo, assim como a magestade Manta!!
    Acho que poucos conseguirão transmitir toda a emoção de ver a manta como vc conseguiu!! E a emoção é sempre essa, parece sempre que é a primeira vez, o primeiro encontro!!!
    Bjs

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  7. de tempos em tempos Ela aparece p/ alguns… acho até que Ela escolhe… para que, quem não pôde estar presente possa ver, possa sentir a emoção. Dessa vez Ela escolheu muito bem.

    Grande Lucas!!

    PS. já conheceu o Mero, a Manta… avisa qdo vc vai de novo, quem sabe aparece um tubarão-baleia.

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  8. Bellissimo, Lulu, ed io sono stata la prima a saperlo ed a vederla…ma molto più bello quello che hai scritto! Ti aspetto un’altra volta, prima che lei vada via..:)…
    Bacioniiiiiiiiiiiiiissimi!

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  9. Parabéns pelo texto, pelas fotos e principalmente pelo vídeo…
    Espero anciosa o dia de ter “meu primeiro encontro”, obrigada por dividir conosco essa emoção.

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