Square – Inovação em Série

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Publicado também no blog GeraCaos.

Em 2009, Jack Dorsey (um dos criadores do Twitter) começou a trabalhar em um novo projeto depois de ouvir a estória de um amigo que não havia feito uma venda pois não podia aceitar o pagamento via cartão de crédito. Em Maio de 2010 era lançado o Square.

Square é um serviço que permite qualquer pessoa receber pagamento via cartão de crédito. Mesmo sem ter uma empresa ou contrato com operadoras de cartão. Imagine profissionais liberais, de serviços e mesmo vendedores na informalidade, recebendo pagamentos por cartão de crédito. Um grande potencial de mercado.

No começo do ano me inscrevi no Square (disponível nos Estados Unidos apenas). Basta baixar um app (iOS ou Android) e você recebe em casa o leitor de cartão de crédito.

E esta foi a primeira inovação. O leitor de cartão consegue reconhecer a tarja magnética e transfere os dados do cartão para o celular através da entrada de microfone. Um leitor simples, um serviço acessível.

Modelo de negócio? Square cobra 2.75% de cada transação. Nos Estados Unidos as operadoras de cartão cobram entre 0.50% e 2.25% por transação + uma taxa mensal. Mas a empresa precisa passar pelo processo de cadastro.

No Brasil, empresas como Redecard e Cielo oferecem a opção de receber pagamentos em cartão via celular. Mas ainda precisa entrar todos os números do cartão manualmente. E se não fosse apenas isso, o custo para o lojista varia entre 2% e 5% por transação.

Mas o Square não parou por aí. Em Maio deste ano, lançou a app Card Case para o consumidor cadastrar seu cartão de crédito e fazer pagamentos por cartão, sem o cartão. Praticamente ‘matando’ a própria necessidade do leitor da Square.

Na velocidade com que novos modelos de negócio surgem e ganham espaço, é cada vez mais importante atacar diretamente o risco conhecido como o Dilema do Inovador, onde existe um grande perigo de uma empresa manter “o time que está ganhando” mesmo quando identifica uma nova oportunidade. Um risco cada vez mais fatal.

Quando se fala em inovações na área de pagamentos, o assunto que mais aparece é a utilização de NFC (Near Field Communication) que é um chip que vem sendo colocado dentro do celular (ou de alguns cartões de crédito também) que permite trocar dados com um leitor apenas pela proximidade (em torno de 3 a 10 cm). O Google é uma empresa que está apostando em NFC integrado no Android para ser usado como pagamentos: é o Google Wallet.

Ao invés de tirar o cartão de crédito do bolso (e da carteira), bastaria tirar o celular do bolso e aproximá-lo do leitor.

Mas por que imitarmos o processo de tirar o cartão de crédito da carteira mostrando o celular quando podemos deixá-lo no bolso? Square apresentou essa semana uma nova funcionalidade do Card Case para pagamentos por Geo-Posicionamento. Se estou cadastrado no serviço e abro minha conta em um estabelecimento participante, no momento de pagar basta eu dizer meu nome para o caixa. Meu cadastro vai aparecer lá, com foto, e o pagamento é efetuado.

Como estou com o celular no bolso, o serviço Square valida que estou naquela região (GPS) e o caixa – pela foto – confirma que eu sou a pessoa mesmo. Na mesma hora recebo uma mensagem no celular que o pagamento foi efetuado – uma medida de segurança a mais. Nesse momento, comprar nem parece custar. E esse é o maior perigo desta inovação.

Cada vez mais, a melhor tecnologia não é a que tem mais siglas ou funcionalidades mas aquela que desaparece da vista de cada um. De tão intuitiva e simples. E essa simplicidade que pode alterar toda uma indústria.

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