Tonara – para músicos dos tempos modernos
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Publicado também no blog Gera Caos.
O mercado de partituras já foi maioria na indústria da música.
Com a invenção do fonógrafo e a popularização de formas de gravação e distribuição, as gravadoras tomaram a frente da indústria desde o século 20.
Mas o mercado de partituras não morreu e está estimado ainda em mais de USD 2bi/ano.
Quem já estudou música sabe que vai acumular uma boa quantidade de partituras durante o estudo, e muito mais caso siga profissionalmente.
Os primeiros passos na ‘modernização’ dessa industria de partituras trouxeram aplicativos para edição e distribuição digital de partituras. Mas não era tão fácil levar um computador – ou mesmo apenas um monitor – em apresentações públicas como as executadas por orquestras.
Com o surgimento do iPad a discussão tomou novo corpo e se multiplicaram as apps para exibir partituras no iPad – muitos adotando formatos como PDF para facilitar a transferência das partituras do papel para o digital.
Mesmo assim, um problema centenário continua um incomodo das partituras: a virada de página. Seja ela em papel, ou digital. Tanto que existem profissionais responsáveis por essa atividade.
Tonara, uma empresa que lançou uma app para o iPad em Setembro, busca resolver esse inconveniente e se tornar uma forte aliada do músico durante uma performance. E vender muitas partituras.
A tecnologia desenvolvida por essa start-up de Israel faz com que a app acompanhe a música sendo executada e vire a página no momento certo. Não importa se o músico aumente ou diminua a velocidade. Basta acertar as notas.
Com um investimento inicial de USD 750 mil, Tonara afirma que a app é capaz de acompanhar diferentes instrumentos tocando simultaneamente – onde cada iPad representaria uma das partituras corretamente. A app (disponível na App Store: http://itunes.apple.com/us/app/tonara/id454753605 ) traz algumas partituras gratuitas e acesso a uma loja on-line para aumentar a sua coleção.
Inclusive, um grande espaço para expansão da loja on-line seria permitir o uso da plataforma para publicação de partituras por compositores independentes. Atualmente um compositor recebe em torno de 10% em royalties por partitura vendida. Da mesma forma que o mercado de livros vem sendo redefinido com um número cada vez maior de autores publicando (e distribuindo) seus próprios livros, o mercado de partituras poderá seguir no mesmo caminho, tendo uma plataforma adequada.
Realizei um teste com uma das partituras disponíveis e o resultado foi bem interessante, me acompanhando mesmo durante diversas variações de tempo (velocidade). Em alguns momentos porém a app parecia se perder por alguns segundos, retomando o lugar corretamente, o que mostra existir ainda espaço para melhorias.
Não tenho números do mercado de partituras no Brasil, mas o rápido acesso a compra de partituras e a facilidade de uso da mesma durante a execução da música são pontos importantes que esta start-up conseguiu apresentar. Resta saber se, em um futuro breve, partituras em papel serão página virada.